Especial Pantanal: porque devemos salvá-lo

O Pantanal é um dos menores biomas existentes no nosso país. No entanto, é a maior planície inundável do planeta. Já ouviu falar do Nilo, o rio em torno do qual os egípcios formaram uma enorme civilização devido às inundações do rio? Pois é, o Pantanal consegue ser tão importante quanto, e com uma diversidade imensamente maior. Nós temos um verdadeiro “jardim do éden” aqui mesmo no nosso país, e ele está sob uma ameaça destruidora.

A natureza deu ao nosso país recursos que praticamente nenhum outro país tem. A pergunta é, estamos sabendo aproveitar o que nos foi dado?

 

O PANTANAL

O pantanal está localizado na região Centro-Oeste, nos estados do Mato Grosso (no sul do estado) e do Mato Grosso do Sul (no noroeste do estado), além de poder ser encontrado no Paraguai e na Bolívia.

É um bioma extremamente rico quando o assunto é fauna brasileira, pois abriga grande parte dos animais existentes no Brasil. Sua preservação ambiental é alta, sendo considerado (ao menos, até recentemente) o bioma mais preservado do país de acordo com os órgãos governamentais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Ele possui diversas áreas de ocorrência com outros biomas, como o Cerrado, a Caatinga e até mesmo florestas tropicais, mas a principal característica desse bioma é a planície inundada, sua marca registrada.

Apesar de ser o bioma de menor extensão em matéria de território no Brasil, esse dado não desmerece nem um pouco a importância que ele tem e nem a riqueza da região. Além disso, é a maior planície inundável do planeta.

O Pantanal sofre influência direta de três importantes biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Além disso sofre influência do bioma Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte do Paraguai e leste da Bolívia).

E sabe porque ele é tão importante?  É porque que muitas espécies ameaçadas em outras regiões do Brasil , e até mesmo algumas que foram extintas em qualquer outro lugar do mundo, persistem em populações avantajadas na região, como é o caso do tuiuiú – ave símbolo do Pantanal. Estudos indicam que o bioma abriga os seguintes números de espécies catalogadas: 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos sendo 2 endêmicas. Segundo a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas no bioma e classificadas de acordo com seu potencial, e  algumas apresentam vigoroso potencial medicinal.

Assim como a fauna e flora da região são  admiráveis, há de se destacar a rica presença das comunidades tradicionais como as indígenas, quilombolas, os coletores de iscas ao longo do Rio Paraguai, comunidade Amolar e Paraguai Mirim, dentre outras. No decorrer dos anos essas comunidades influenciaram diretamente na formação cultural da população pantaneira.

Apenas 4,6% do Pantanal encontram-se protegidos por unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável (BRASIL, 2015).

O PROBLEMA

A maior parte do solo pantaneiro é de planície inundável, que é justamente a característica da região. Para a natureza, isso é uma verdadeira dádiva, já que toda a vida na região é adaptada a esta mudança recorrente. Do ponto de vista agrícola, porém, é visto como algo que causa prejuízos, pois, com essa inundação, muitas áreas possuem baixa fertilidade, o que leva ao uso de agrotóxicos e insumos químicos, os agroquímicos, para o cultivo de soja e afins, já que a inundação faz com que a matéria orgânica, que é o que torna a terra fértil, se decomponha de forma bem mais lenta.

Por conta disso, o bioma vem sendo muito impactado pela ação humana, principalmente pela atividade agropecuária. Este ano, nós estamos presenciando uma tragédia sem precedentes na região: um incêndio que está atualmente sem controle e que já devastou 20% do bioma. Você tem ideia do quanto isso é grave?

Sim, é verdade que incêndios não são estranhos à região, e que ocorrem anualmente, mas este tem proporções muito maiores do que já se viu antes, e as autoridade suspeitam de que tenha sido iniciado por fazendeiros da região, com o objetivo de conseguir mais pastagens para o gado.

Os efeitos desse incêndio são considerados irreversíveis, comprometendo severamente os recursos hídricos, a fauna e a flora da região em uma escala horrenda. O Pantanal está literalmente sendo destruído por esta tragédia, que tudo indica ser criminosa. Para se ter uma ideia, foram detectados 10.000 focos de incêndio este ano, mais do que os últimos 4 anos somados.

São quase 3 milhões de hectares devastados, locais que abrigavam milhares e milhares de animais, que se tiveram sorte, foram obrigados a fugir das chamas. Uma das regiões mais lindas do planeta está sendo reduzida a cinzas.

Com isto, rios provavelmente irão secar, e diversos animais da região, muitos deles ameaçados de extinção, ficarão mais vulneráveis ainda, como a onça-pintada, a arara-azul e o lobo-guará. E até o momento, as únicas medidas tomadas para conter o incêndio foram feitas de maneira voluntária, já que nenhuma força pública foi articulada para combater as chamas. Os efeitos disso serão sentidos por todo o país, dada a importância da região para outros ecossistemas brasileiros, que estão interligados. A estação das chuvas, que poderia dar uma trégua, só é esperada a partir de outubro.

01

ONÇA – PINTADA

A onça-pintada (português brasileiro) ou jaguar (português europeu) (nome científico: Panthera onca), também conhecida como onça-preta (no caso dos indivíduos melânicos), é uma espécie de mamífero carnívoro da família Felidae encontrada nas Américas. É o terceiro maior felino do mundo, após o tigre e o leão, e o maior do continente americano. Apesar da semelhança com o leopardo (Panthera pardus), a onça-pintada é evolutivamente mais próxima do leão (Panthera leo). Ocorre desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, mas está extinta em diversas partes dessa região atualmente. Nos Estados Unidos, por exemplo, está extinta desde o início do século XX, mas possivelmente ainda ocorre no Arizona. É encontrada principalmente em ambientes de florestas tropicais, e geralmente não ocorre acima dos 1 200 m de altitude. A onça-pintada está fortemente associada à presença de água e é notável como um felino que gosta de nadar. O Pantanal é o habitat perfeito para ela.

02

TUITUIÚ

O jaburu (Jabiru mycteria), também conhecido como tuiuiú, é considerada a ave-símbolo do Pantanal e pode ser encontrada desde o México até o Uruguai, sendo que as maiores populações estão no Pantanal e no Chaco oriental, no Paraguai. O tuiuiú ou jaburu é uma ave pernalta, tem pescoço nu e preto e, na parte inferior, o papo também nu mas vermelho. A plumagem do corpo é branca e a das pernas é preta e a ave chega a ter 1,4 metros de comprimento e pesar oito quilogramas. A envergadura (a distância entre as pontas das asas abertas) pode chegar a quase três metros. O bico tem trinta centímetros, é preto e muito forte. Devido a sua beleza exuberante, chama a atenção de todos os turistas que frequentam o Pantanal.

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CERVO-DO-CERRADO

Cervo-do-pantanal (nome científico: Blastocerus dichotomus), também chamado suaçuetê, suaçupu, suaçuapara, guaçupuçu ou simplesmente cervo, é um mamífero ruminante da família dos cervídeos e único representante do gênero Blastocerus. Ocorria em grande parte das várzeas e margens de rios do centro da América do Sul, desde o sul do rio Amazonas até o norte da Argentina, mas atualmente, a espécie só é comum no Pantanal, na bacia do rio Guaporé, na ilha do Bananal e em Esteros del Iberá. É o maior cervídeo sul-americano, podendo pesar até 125 kg e ter até 127 cm de altura. Os machos são um pouco maiores que as fêmeas e possuem chifres ramificados.

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ARARA-AZUL-GRANDE

A arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus),ou simplesmente arara-azul é uma ave da família Psittacidae que vive nos biomas da Floresta Amazônica e principalmente no cerrado e pantanal. Apresenta plumagem azul com pele nua amarela em torno dos olhos e fita da mesma cor na base da mandíbula. Seu bico é desmesurado, parecendo ser maior que o próprio crânio. Sua alimentação, enquanto estiver vivendo livremente, consiste de frutos das palmeiras disponíveis no local, como o urucuri, o inajá e o coco-de-espinho. Mede cerca de 150 cm de comprimento, podendo chegar até 190cm de comprimento e pesa até dois quilos.

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LOBO-GUARÁ

O lobo-guará (nome científico: Chrysocyon brachyurus) é uma espécie de canídeo endêmico da América do Sul. Ocorre em savanas e áreas abertas no centro do Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia, sendo um animal típico do Cerrado. Recentemente, o lobo-guará foi escolhido para simbolizar a cédula de duzentos reais. É o maior canídeo da América do Sul, podendo atingir entre 20 e 30 kg de peso e até 90 cm na altura da cernelha. Suas pernas longas e finas e a densa pelagem avermelhada lhe conferem uma aparência inconfundível.

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ARIRANHA

A ariranha (Pteronura brasiliensis), também conhecida como onça-d’água, lontra-gigante e lobo-do-rio, é um mamífero característico do Pantanal. Pode chegar a medir quase de 2 metros de comprimento, dos quais 65 centímetros só de cauda. Originalmente, a espécie ocorria em quase todos os rios tropicais e subtropicais da América do Sul. Atualmente, encontra-se extinta em 80% de sua distribuição original, sendo o maior santuário delas o Pantanal.


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